ÊTA CABRA BOM!


É interessante pensar a fragilidade da vida e a nobreza por trás de um nome. Paulo Batista Machado, Paulo Machado, Machado ou, simplesmente, professor Paulo. Ele que incansavelmente publicava crônicas quando alguém nos deixava, agora parte de forma inesperada deixando-nos um riquíssimo legado cultural. E quem se ousa a ser o cronista da partida surpresa do mestre?

A resposta é simples e direta: não há quem o faça! Sua forma de amarrar as palavras e alinhavar pensamentos era magistral. Bordava textos com cores vivas e desenhava pensamentos com tanta clareza que o produto final era a mais perfeita colcha de retalhos, de invejar ao melhor artesão. Não quero tomar um espaço que não me pertence, e, ainda que quisesse, falta-me a habilidade e a destreza do mestre na arte do bem falar e escrever. Ah! Já sinto saudades da sua escrita tão singela, potente, coerente e coesa.

Simplicidade era sua marca e nunca permitiu que o saber fosse sua soberba. Não o conheci como pessoa, exceto de vista, pois andava pela feira de Senhor do Bonfim com a mesma curiosidade e inquietude de sempre, além de ser homem público de destaque. O conheço muito mais pela escrita, pelo estilo peculiar de expor pensamentos como que adentrando na alma do leitor. Ê Brasil bom de Machados! Como é gostoso ler o Bruxo bonfinense!

Na política não logrou tanto sucesso quanto na academia, pois no intelecto se superou enormemente. Bonfim veste luto hoje não pela perca de um ex-prefeito, um pensador de grosso calibre, um acadêmico de renome, mas de um filho adotivo que, embora nascido por infortúnio num outro município baiano, carregou no peito o orgulho de ser um legítimo, autêntico e verdadeiro bonfinense. A morte tudo traga, mas um bom nome nunca perece: Prof. Dr. Paulo Batista Machado – Êta cabra bom!

Isaac Figueredo de Freitas
Prof. De LIBRAS e Estágio I
Univasf campus Sr. do Bonfim
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