O SETE DE SETEMBRO E A IRA DESTEMPERADA DO PREFEITO DE BONFIM


Quem se dirigiu, sob forte calor, à Praça Nova do Congresso, nesse Sete de Setembro, cioso de um possível espetáculo verde-amarelo, proporcionado por crianças e jovens em desfile, foi surpreendido por um outro desfile, o desfile de um discurso feio, uma peça oratória de péssimo gosto, proferido por aquele que deveria ser o maestro da festa cívica. Palavras ao vento, idéias desconectadas, e, principalmente, desligadas do que ali se estaria a comemorar. Tenho dúvidas, aliás, tenho a certeza de que a competência e o discernimento do chefe de gabinete e assessor de comunicação da “nova realidade” não aconselharia nem autorizaria a forma descabida com a qual o gestor maior de nosso município estragou o que deveria ser um momento de altruísmo.

Em um acanhado palanque, que contou apenas com a presença solidária de três secretários (Educação, Infra-estrutura e Meio ambiente); dois vereadores (Gerivaldo Sampaio e Adelson Bahia); uma autoridade externa ao poder municipal (Coronel Comandante do 6º. Batalhão) o alcaide abandonou uma possível pauta cívica e enveredou pelo caminho da acusação pessoal, dizendo-se injustiçado e desrespeitado como autoridade e como ”ancião” ou mais velho.

Confundindo temas e desconhecendo a inconveniência e a impropriedade de sua fala, o que revela destempero emocional e falta de bom senso, a maior autoridade municipal começou dizendo que ainda não decidiu se será candidato à reeleição e que não costumava falar na data magna da Pátria, embora o fizesse, como exceção, naquele dia. Melhor seria que não o fizesse...

Trazendo à baila o surrado discurso de que não tinha dinheiro para administrar a cidade, falou de uma oposição que o acusava injustamente, ao tempo em que dava o troco agredindo verbal e diretamente o ex-prefeito Paulo Machado, nominando-o em meio ao discurso e usando de acusações indiretas mas claramente dirigidas: “Não uso o limite de meu cartão de banco, não dou cheque sem fundo nem tomo dinheiro a agiotas”. Saindo da esfera pública, e usando um microfone e um som pagos com o dinheiro público, o gestor maior usou a acusação pífia das esquinas, o disse-que-disse dos botecos, atingindo a honra particular de quem ele elegera como o seu maior desafeto.

Qual o crime cometido por Paulo Machado, que despertara o ódio do governante-mor e levou-o ao descomedimento no uso da fala, na maior data cívica do país?

– Talvez porque o ex-prefeito Paulo Machado, acusado minuto a minuto dos erros, incompetência e falta de vontade no administrar da atual gestão, usa esporadicamente o seu direito de defesa;

- talvez porque o ex-prefeito Paulo Machado defende que nenhum antecessor do atual prefeito governou no verde ou com superávit: administrávamos a carência, e destinávamos, sem lamúrias, o que chegava cada dia 10, 20 e 30 de cada mês, às necessidades básicas da população na infra-estrutura, saúde, educação e assistência social;

- talvez porque o ex-prefeito Paulo Machado diz que já se passaram três anos que ele deixou o poder, e não pode mais ser responsabilizado pelos problemas que ainda vigem no Paço Municipal;

- talvez, a ira do governante maior se deva pelo fato de que o ex-prefeito Paulo Machado desfez o discurso do “zero dinheiro”, publicando o que consta no portal do Banco do Brasil, de que o atual governo municipal já recebeu nove milhões a mais que Paulo Machado, nos três anos de governo de sua administração, o que não cabe tanto chororô.

O pior de tudo, é que o microfone que acusou, silenciou logo após, e ao ex-prefeito acusado e citado nominalmente só restou o som das bandas marciais que se seguiram. Gostaria de dizer à Praça Nova e à minha terra, e não pude, que Paulo Machado pode ser acusado de ser pobre, de usar à exaustão o limite do cheque bancário e de tomar empréstimos complementares para manter a família. Isto não o desonra nem o torna menos digno.

Quanto ao mais, à retórica vazia e vergonhosa do alcaide bonfinense, só nos resta fazer a proclamação que o palanque insensato não fez em nossa terra no dia maior do Brasil: “Viva a Pátria Brasileira, Viva a Bahia, Viva Senhor do Bonfim.”

Paulo Machado
Senhor do Bonfim, 07 de setembro de 2015
Postagem Anterior Próxima Postagem

PUBLICIDADE