O SÃO JOÃO DE SENHOR DO BONFIM E OS PECADOS MORTAIS DO GOVERNO CORREIA


Lembro-me de ter lido, em uma cartilha escolar, que o gato foi convidado pela “amiga” onça a ensinar-lhe os pulos que ele, gato, conhecia como ninguém. Depois de uma longa aula, a onça, muito sabida, deu um pulo para abocanhar o gato, mas este se safou rapidamente e deixou a onça a ver navios. Esta, julgando-se enganada, disse ao gato: “Mas este tipo de pulo você não me ensinou”. O bichano, muito vivo, retrucou: “E eu iria te ensinar o meu pulo? Se tivesse ensinado você me teria comido agora”. Daí, passou para a nossa cultura, a idéia do “pulo do gato”, uma referência a um saber que só a pessoa tem e guarda para si como defesa”. Poderíamos agora, levados pela mesma lógica, abstermo-nos de passar para a assessoria do atual prefeito “o pulo do gato”, fruto de nossa experiência como vice-prefeito e secretário da educação durante oito anos, e como prefeito durante quatro anos. Almejando contudo o melhor para nossa terra, passo agora, em nossa avaliação, os furos que levaram ao último e sofrível São João, para que, quem sabe, caso haja humildade em quem governa, se faça em 2014 o São João que este ano não tivemos. Daí, elencamos aqueles que consideramos os “pecados mortais” da equipe governante:

1. A dispensa de pessoas técnicas, que vinham fazendo o São João havia anos, e sabiam de cor os passos a serem dados, até mesmo na arrumação da grade e desenrolar do palco. Por que não ouvir Edneuton, Ebão, Moreira, Fernando Coelho? Um São João não pode ser entregue a uma equipe toda nova, sem a presença de técnicos experientes;

2. No afã de “fazer diferente”, o governo rejeitou tudo aquilo que vinha sendo feito havia anos e garantia sucesso. Iniciativas que já tinham virado tradição, bastando ao governo atual dar ali o seu toque inovador. A morte do São João nos Bairros, que começava ainda em maio... A morte do forrobodó, que tornava a cidade borbulhante desde o meio-dia... A dificuldade em se fazer a Feira da Agricultura Familiar, trazendo a zona rural para dar o verdadeiro toque típico ao nosso São João... Tudo isto contribuiu ao enfraquecimento da festa;

3. O desconhecimento de que precisamos aproveitar a mobilidade popular, onde o povo está, para ali fazer chegar a festa. O povo já se reunia, naturalmente, no abrigo, em frente às Lojas Maia, na Benjamim Constant até a Praça Nova: artesanato, comida típica, mesas e cadeiras, bares, a praça, e era só levar a música e o palco. Esta foi a grande sacada de Luis Moreira e Fernando Coelho em nosso governo. A coisa deu tão certo, que muita gente não ia nem ao Parque, ficando por ali, e tínhamos de encerrar as atrações cedo para não atrapalhar o Parque da Cidade. Um Palco em uma deserta Praça Nova, outro em uma área comercial deserta atrás dos correios, o isolamento de áreas onde o povo freqüenta, o que era de se esperar? O vazio e o desânimo.

4. O imediatismo das contratações de peso: contratávamos as atrações, com os empresários diretos, já em janeiro/fevereiro. E pagávamos em parcelas, desde fevereiro/março. Quando chegávamos em junho nada mais devíamos às grandes atrações, que estavam garantidas. Querer pagar de vez ou em curto tempo as atrações contratadas é suicídio em uma prefeitura, hoje em dia, onde o dinheiro chega a conta-gotas.

Taí uma parte do pulo do gato. A outra parte? Esta é melhor não ensinar... rs rs.

ASCOM de Paulo Machado.
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