SENHOR DO BONFIM COMEMORA ANIVERSÁRIO COM OBRAS‏


O povoamento da região de Senhor do Bonfim tem sua origem ligada aos acontecimentos históricos do Brasil e da Bahia nos séculos XVII e XVIII, principalmente a catequese e escravização dos índios, o ciclo do gado e a corrida em busca de ouro e pedras preciosas. O primeiro registro data de 1697, quando foi instalado o núcleo pioneiro de toda a região, o "Arraial da Missão de Nossa Senhora das Neves do Sahy", sob a égide da Ordem dos Padres Franciscanos, catequisadores dos índios kiriris. Neste período, o litoral da Bahia - maior centro produtor da Colônia - era dominado pela cultura em larga escala da cana-de-açúcar para exportação.

De acordo com o professor doutor Paulo Machado, em sua obra Cartilha Histórica sobre as origens de Senhor do Bonfim, o Arraial de Missão de Nossa Senhora das Neves de Say foi um dos mais antigos da então capitania da Bahia. Era, na verdade, uma missão religiosa, entregue à ordem de interesses políticos, sociais e econômicos.

A criação de gado, apesar de ser uma economia de subsistência, considerada menos importante do que o cultivo da cana-de-açúcar, na época, possuía grande potencial de crescimento. A demanda de carne e de animais de tração para os engenhos e o transporte de cargas era cada vez mais alta. A estratégia da Coroa Portuguesa, à época, voltava-se para a ocupação efetiva do território brasileiro, visando a integração do interior ao litoral. Nesse contexto, a atividade pecuária representou um dos maiores instrumentos utilizados pela Coroa para atingir o objetivo de integração territorial: já em 1701, determinou que a pecuária só seria permitida a 10 léguas da costa, e assim a criação de gado foi cada vez mais adentrando o interior do Brasil. Isto apesar das dificuldades enfrentadas devido às condições desfavoráveis ao povoamento da região, ligadas especialmente ao clima semi-árido, com suas chuvas escassas e irregulares.

Ainda no final do século XVII, Senhor do Bonfim era uma simples rancharia de tropeiros, localizada à margem de uma lagoa. Os únicos habitantes ainda eram os índios Kiriris.O povoamento foi iniciado com os portugueses, que seguiam a rota das bandeiras em direção às margens do rio São Francisco ou às minas de ouro de Jacobina. As terras férteis, a lagoa e o clima agradável eram o ideal para quem estava a procura de repouso. Os que levavam gado, alí faziam currais.

Em torno de uma lagoa, muitos acabaram ficando. De ponto obrigatório de passagem, surgia um centro comercial e agrícola. Depois de construídas as primeiras habitações, em 1750 já se formava na área uma localidade considerável. O povoado foi, então, denominado de Arraial do Senhor do Bonfim da Tapera. Em 1797, de acordo com Adolpho Silva, em sua obra “Bonfim terra do bom começo”, já existiam no arraial 600 habitantes. A distância da então sede da comarca, Jacobina, fez com que fosse elevado à categoria de Vila, pela Carta Régia de 1 de julho de 1797. O nome passava a ser Vila Nova da Rainha.

Demorou décadas. A população crescia consideravelmente e o progresso era visível. Nada barrava mais a campanha pela elevação da vila à categoria de cidade. Foi então que, em 28 de maio de 1885, a vila foi elevada à categoria de cidade, a cidade do Senhor do Bonfim, depois simplificada para cidade e sede do município de Bonfim, que ainda era constituído do distrito de Jaguarari. Em dezembro de 1943, o município e a cidade tiveram definitivamente o nome alterado para Senhor do Bonfim. Atualmente, além da sede, o município está constituído de quatro distritos : Carrapichel, Igara, Quicé e Tijuaçu.

O município comemora o seu aniversário entregando obras à população.

Paulo Machado
Postagem Anterior Próxima Postagem

PUBLICIDADE