A VITÓRIA DE SERRA EM BONFIM: ANALISANDO MAIS FRIAMENTE


Desde a origem do mundo o homem busca um culpado para os fatos inesperados, e não seria diferente agora em relação à vitória de Serra em Senhor do Bonfim, e o principal alvo é sempre a administração local. Pelo mesmo viés caminhou um jornalista do Jornal A Tarde que me telefonou nesta segunda-feira de ressaca eleitoral, pedindo a minha análise do ocorrido e arrematando se este resultado não teria algo a ver com a administração do município.

Muitas análises já foram feitas, mas aqui se batam palmas ao jovem Ricardo Aquino, que mesmo não tendo identidade político-eleitoral conosco insiste sempre que a questão é mais ampla e não pode ser resumida a uma ligação linear com o governo local. Isto contudo não nos exime de passar tudo pela peneira, inclusive os problemas inerentes ao governo municipal, sem contudo tornar-me o mártir da história.

Com todo respeito ao DEM, que se encontra em fase de reestruturação, como faz questão de frisar o seu presidente, não vejo como atribuir o resultado eleitoral a uma opção popular por esse partido. Os números não mo permitem fazê-lo:

1. Qual o resultado do primeiro turno em Bonfim?

Dilma - 16.132 - 47,45% ; Serra - 13.981 - 41,12% ; Marina - 3.569 - 10,50%



E qual o resultado do Segundo Turno?

Dilma - 16.755 - 48,58% ; Serra - 17.734 - 51,42%



Ora, evidencia-se que os eleitores de Marina migraram para Serra. Qual o perfil desses eleitores? Esta resposta ajudaria a desvendar a questão e diria até que ponto este voto nasceu de afinidades partidárias ou de preocupações outras, alimentadas todo o tempo pela mídia, colocando Dilma em desvantagem.



2. A insatisfação do eleitorado com a administração municipal se revelaria apenas no segundo turno? E as vitórias obtidas com Wagner, os dois senadores, deputado estadual e cinco deputados federais, sem falar da própria Dilma, que teve uma vantagem de 2.000 votos no primeiro turno? Como explicar?



3. Por fim, cabem aqui as observações do cordelista Jotacê: “Dilma ganhou em Minas, terra de Aécio Neves; Serra venceu no Rio Grande do Sul e no Acre, onde ganharam governadores do PT”.



Resta o fato de que graças a Deus o povo não está amarrado, e pode estabelecer um contraditório ao qual não estamos acostumados, em nossas lógicas lineares.

Paulo Machado - prefeito
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