Carnabonfim 2010





Bloco da Saudade trás bonecos, bumba-meu-boi e receita pra saudosista


Fundado em 1979 e portanto com 31 anos, o Bloco da Saudade veio ao palco da cultura musical de Senhor do Bonfim pelo espírito organizador de Antonio Carlos Gonçalves dos Santos, o conhecido Toinho, que não toca nenhum instrumento mas doa-se por inteiro para manter o bloco ativo. Ele fala com naturalidade que dirige a entidade desde o início. É no fundo de sua casa, na Lagoa, que as ações acontecem, com seus colaboradores. Ultimamente tem contado bastante com três auxiliares de frente: Alessandra, Jucimar e Lucival, principais coadjuvantes.


O Bloco da Saudade nasceu com apenas um instrumento de sopro mas renovando vai longe. No carnaval de 2009 colocou um bonecão de 2 metros e 30 centímetros de altura e como “deu certo”, este ano o Bloco da Saudade vai mostrar dois bonecos de 2,60m cada um, “maiores e mais profissionais”. O grupo é simpático até pelo nome, e uma referência até fora da folia de Momo. Sai sempre com muita participação. Vai utilizar de 12 componentes para segurar 160 metros de cordas, todos com sua fantasia semelhante em cores aos 160 membros vestidos de verde e amarelo. As cores do Brasil se sobressaem, mas o colorido geral é uma praxe todo ano.


Fazer a execução de frevos e marchinhas de outros tempos é típico do Bloco da Saudade, que satisfaz aos saudosistas também com a apresentação do Bumba-meu-boi. O boi não pode faltar, assegura Toinho. Ele já está sonhando com sua turma chegando o palanque da Praça Dr. Antonio Gonçalves com homens e mulheres animados a cantar e com 75 crianças, todas vestindo abadás e shorts, padronizados no estilo do bloco, mas com as cores bastante misturadas.


Instrumentos


Sopro é a base da sonoridade do Bloco da Saudade. Por isso a sua pancadaria se limita a dois “115” e dois 105”, Parece pouco, no entanto 4 são tambores de eco marcador suficiente para garantir uma ótima percussão. E para saciar a necessidade melódica de carnavalescos nostálgicos, o Bloco da Saudade completa a receita: vai colocar 4 trombones, 2 pistons e 1 sax-tenor.



Afro Olodum mostra bateria, samba no pé e fãs uniformizados


A Afro Olodum tem 10 anos. Foi fundada em 2000 e nasceu da paixão de Babaco (31) pelo carnaval e do seu incontido desejo de dirigir uma escola de samba. Babaco é o cidadão Maicon Rodrigues da Silva, casado com Núbia (29), outra carnavalesca incurável. Nos ensaios ele adverte; “não admito um minuto de atraso”. Nesse ritmo a escola já está com um boa bateria e promete quase 100 figurantes mostrando o que é que a Afro Olodum tem. Os 15 da corda também carregam o estilo e a marca da escola.


A Ala das Baianas terá 10 fantasias, a da Capoeira 15 e a das dançarinas mais de 20. Cada ala se distinguirá pelas cores. Verde, vermelho, amarelo e preto está na tradição da escola. Contudo, neste ano o vermelho e a prata serão mais visíveis no conjunto. A porta-bandeira é Rafaela, que espera brilhar e a Rainha da Bateria será Ciro, que está disposto a dar de si e fazer um show à frente da percussão. A escola tem grande aceitação nos altos, só para fãs já vendeu mais de 60 camisas. “Eles vão ficar fora das cordas, mas querem se identificar com a Afro Olodum”, comenta Babaco.


Bateria


O samba no pé dos passistas da Olodum será ritmado por 29 instrumentos: 6 “105”; 5 caixas; 4 tarós; 7 tamborins; 4 chuás; dois agogôs; e 1 reco-reco.



Os fraldinhas aumentam o bloco e prometem avanços em 2011


Eles apareceram no ano passado com apenas 10 componentes e pareciam ser um grupo avulso, desses que chegam e passam. Porém, neste Carnábonfim 2010, Os fraldinhas tem tudo para se firmar de vez. Estão recebendo adesão (inclusive a de Edneuto Sá) e devem avançar consolidando-se como mais uma atração do Momo bonfinense.


Gilson França, que está na cabeça dessa iniciativa, não esconde que queria algo mais original desde quando o grupo ainda desfilava no bloco As perdidas (do Fenelon). A idéia amadureceu em 2009 e ele e sua turma saíram com aquelas fraldas geriátricas, de bebês, e uma chupeta na boca, nada mais. Todos consideram que além da originalidade a solução de fantasia foi muito simples, prática e barata.


Nas ruas, Os fraldinhas foram alvo de aprovação, Mas segundo Gilson alguns acharam o grupo de ridículos. Na verdade trata-se de uma abordagem inteiramente nova, sem dúvida criativa e própria do contexto burlesco oferecido pelo Carnaval. Com ou sem polêmica, Os fraldinhas têm agora o dobro de filiados (20), “e podemos chegar a 30 ou mais”, admite Gilson.


Em 2009 Os fraldinhas foram atrás dos blocos divertindo os componentes e o publico. Este ano repetirão a dose. Em 2011 virá mais inovação. O grupo pensa em avançar na caracterização e já planeja fazer carrinho-de-bêbe grande, e equipar o bloco com som. De 13 a 35 anos qualquer selecionado pode participar. A simpatia popular está assegurada.



Bloco da Prevenção levar alegria e 10 mil camisinhas ao CarnáBonfim


Essa turma adora entrar no rebolacion corporal e musical do carnaval. Em 2009, enfermeiros e enfermeiras; auxiliares de enfermagem, assistentes sociais e pessoas que não trabalham na saúde, mas querem

ser úteis à sociedade. No ano passado 80 desses prestativos foliões vestiram a camisa do Bloco da Prevenção. Tanto suaram no samba como distribuíram camisinhas.


Frevos e Marchas


Este ano eles vão sair de novo, desta vez com 100 integrantes. O bloco não tem corda, tem um boneco de papelão e vai distribuir 10 mil camisinhas. Eles desfilam puxados por um carro de som executando músicas elaboradas pelo Ministério da Saúde: marchas e frevos com letras direcionadas para o público jovem feminino e para os gays. São estes os grupos mais afetados com doenças transmissíveis como Aids e hepatites virais.


A base do Bloco da Prevenção é o CTA – Centro de Testagem e Aconselhamento – na Rua José Vicente. Em 2009 o grupo ficou conhecido como Mulheres Maduras, porque na época o foco da campanha de prevenção era as mulheres dessa faixa etária.


Bandanas


De acordo com Adenilde Oliveira, assistente social no CTA e folia, o programa carnavalesco do Bloco da Prevenção é patrocinado pelos governos: “Brasil, um país para todos”, “Bahia, terra de todos nós” e “Cuidando da Nossa Gente”. Além das camisinhas, são distribuídos bandanas, garrafinhas de água e bolsinhas com a logomarca da campanha.


Vai-quem-quer


A programação do Vai-quem-quer é fixa. Todas as segundas-feiras do Carnaval o bloco sai às 9:00 horas. Os instrumentos e músicos são basicamente d‘A Volta do Morro. Mas já foram também do Bloco da Saudade e certamente outros podem se agregar. É longa a tradição e o nome indica que a espontaneidade prevalece. Há surpresas e manifestações de toda natureza ocorrem a cada edição.


Nele não há discriminação, origem, rivalidade ou concorrência. Tem percurso de ida e volta. Mas a ordem vem do domínio público: esbaldar-se no percurso até onde houver energia e disposição. Já houve época em que milhares de participantes faziam do Vai-quem-quer uma apoteose ao Momo de Senhor do Bonfim. Nesta segunda-feira 15 veremos o desempenho desse que é um dos pontos altos do Carnábonfim 2009.



Fut-Saia é de saia, virou torneio e tem troféu


No carnaval bonfinense, o futebol de salão disputado por marmanjos vestidos de saia, no Carnaval é antigo. Fenelon jura que foi o primeiro a introduzir esse “uniforme” no jogo. “Eu trouxe de Jaboatão e botei no meu bloco (As perdidas)”. Talvez esteja sendo aberta uma discussão de quem trouxe, como e quando.


Certo é que tem esquema de fut-saia. Os jogos serão na terça-feira pela manhã, na quadra da Praça da Lagoa com a participação de quatro entidades. “Premiação com taças, troféus e cachaça é o que não falta”, diz Toinho, do Bloco da Saudade. O torneio quadrangular está montado com a participação de quatro times: As Depravadas (A Volta do Morro), As Muquiranas (Afro Olodum), As Perdidas (Bonfim Beleza) e As Vírgens (Bloco da Saudade).



Escola de Samba Afro Quilombola já estréia com quatro alas


O caçula do Carnabonfim é a Escola de Samba Afro Quilombola. Ela foi fundada recentemente, mas vai fazer sua primeira aparição com 100 fantasias, 80 homens e 20 mulheres, e um ótimo princípio de organização. Preparou quatro alas: a das Baianas é praxe das escolas de samba e trás 20 figuras, a Ala do Parentesco é uma homenagem a uma dança antiga e bem praticada em Tijuaçu e tem 25 membros, a ala do Corta-cana é outra tradição do lugar, e a Ala da Atitude Feminina (que se auto-explica). Vanildo (dos Santos) é Secretário de Cultura da Associação quilombola e organizador da escola de samba.


Sem corda


“Tive a idéia de fundar a escola na festa do 2 de Julho, em Salvador e ela deve ser um entidade que agregue todas as culturas de origem africana. Ele seus companheiros querem igualdade de presença dos negros em toda e qualquer atividade social. A escola nasce grande mas não tem cordas. Ele acha que a corda gera isolamento e contraria a liberdade. “Quem quiser entrar receberemos, dança com a gente e até aprende a nossa coreografia”, diz.


Trazem as cores verde, vermelho e preto e se apresentam em Bonfim somente no primeiro dia (domingo). A seguir a escola viaja para Salvador onde participarão do Bloco Afro Bacoma, “de orígem banta” na explicação de Vanildo.


Bateria


Dançarinas puxarão o grupo que terá 2 tambores de marcação; 2 timbaus; 2 repeniques; 1 (uma) caixa; e 2 tamborins.


Governo Cuidando da Nossa Gente
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